O Motel




Mirtes não se aguentou e contou uma para Lurdes:

- Viram teu marido entrando num motel.

A Lurdes abriu a boca e arregalou os olhos... Ficou assim, uma estátua de espanto, durante um minuto, um minuto e meio. Depois pediu detalhes.

- Quando? Onde? Com quem?

- Ontem. No Discretíssimu's.

- Com quem? Com quem?

- Isso eu não sei.

- Mas como? Era alta? Magra? Loira? Puxava de uma perna?

- Não sei, Lu.

- Carlos Alberto me paga. Ah, me paga. Quando o Carlos Alberto chegou em casa a Lurdes anunciou que iria deixá-lo e contou por quê.

- Mas que história é essa, Lurdes? Você sabe quem era a mulher que estava comigo no motel. Era você!

- Pois é. Maldita hora em que eu aceitei ir. Discretíssimu's! Toda a cidade ficou sabendo. Ainda bem que não me identificaram.

- Pois então?

- Pois então, que eu tenho que deixar você. Não vê? É o que todas as minhas amigas esperam que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não REAGIR.

- Mas você não foi enganada. Quem estava comigo era você!

- Mas elas não sabem disso!

- Eu não acredito, Lurdes! Você vai desmanchar nosso casamento por isso? Por uma convenção?

- Vou!

Mais tarde, quando Lurdes estava saindo de casa, com as malas, Carlos Alberto a interceptou. Estava sombrio:

- Acabo de Receber um telefonema - disse...

- Era o Dico.

- O que ele queria?

- Fez mil rodeios, mas acabou me contando. Disse que, como meu amigo, tinha que contar.

- O quê?

- Você foi vista saindo do motel Discretíssimu's de ontem, com um homem.

- Mas você era o homem!

- Eu sei, mas eu não fui identificado.

- Você não disse que você era?

- O que? Para que os meus amigos pensem que eu vou a motel com a minha própria mulher?

- E então?

- Mas Desculpe, Lurdes, ...

- Mas o quê?

- Vou ter que te dar uma surra ...

(Luiz Fernando Veríssimo) [Será?!]


MORAL DA HISTÓRIA: DEVEMOS CUIDAR APENAS DA NOSSA SAÚDE, POIS DA NOSSA VIDA, TODO MUNDO CUIDA ...

1 comentários:

Andarilho disse...

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"Há um prazer na floresta sem trilhas Há um êxtase na margem deserta Há sociedade, onde ninguém se entromete, No mar profundo, e música no seu rugido Eu não amo o Homem menos, mas a Natureza mais..." (Lord Byron)

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